Não consegui. Me pegaram. Ficaram de olho.
Achei um blog de alguém que foi embora. De alguém que conseguiu. Alguém que não sei quem é. Mas sei bem, muito bem, tão bem...
"Quando tudo entre nós terminou eu
achei que seria mais fácil. Voltar a sorrir sem medo de contrariar sua
melancolia. Voltar a praticar certa leveza que nosso relacionamento havia
roubado de mim em troca de tantos momentos ternos, mas tensos em certa medida. Quando tudo entre nós terminou, tive medo de amar de novo, por medo de
sofrer. Foi aí que vi o quanto de insegurança rondava meu coração, quando
perambulava entre duas cidades, duas vidas, destinos tão pouco amparados.
[...]Sinto que não vou precisar chorar ao ler ou ouvir: “- quando tudo
entre nós terminou”. Pra você deve ter sido bem mais fácil (embora sempre vá
defender o contrário). Você sempre gostou das letras de screamo com drama
escorrendo das veias."
Já era. Perdi as chaves.
Árvore que não tem mais
22 de abril de 2012
8 de abril de 2012
"Eu vou ficar longe de casa e ninguém vai saber onde estou. [...] Algumas coisas ficam mais bonitas quando viram lembrança."
Por questão de princípios racionais da Filosofia, isso não estaria acontecendo.
Mas a não-contradição é irreal aqui dentro.
Porque eu estou e não estou.
Meu grito ecoou ouvidos e ninguém ouviu.
Participo de um não-lugar.
"Cansado de que?"; "De não fazer nada" é mais profundo do que imaginamos...
Identidade é irreal aqui dentro.
Porque eu sou e não sou eu.
Eu moro num lugar inabitável.
Eu sou uma ideia impossível.
E, por questão filosófica, eu me autodestruo.
Adeus.
Mas a não-contradição é irreal aqui dentro.
Porque eu estou e não estou.
Meu grito ecoou ouvidos e ninguém ouviu.
Participo de um não-lugar.
"Cansado de que?"; "De não fazer nada" é mais profundo do que imaginamos...
Identidade é irreal aqui dentro.
Porque eu sou e não sou eu.
Eu moro num lugar inabitável.
Eu sou uma ideia impossível.
E, por questão filosófica, eu me autodestruo.
Adeus.
7 de abril de 2012
5 de abril de 2012
2 de abril de 2012
Convencer.
Aqui escrevo a parte de mim que não tem sido real, mas precisa desesperadamente ser.
Não quero pose, só quero relatar para que eu possa voltar e ver. Escrevendo, quem sabe, ponho na cabeça.
Talvez o Outono se desregule, mas ainda está lá. A pressa às vezes é bem maior.
Mas deixa. Deixa as folhas caírem. Quem sabe dê tempo de nascer outras.
Calma, menina.
Que agora o tempo difícil vai durar, mas você precisa estar com a cabeça boa.
Vai descansar, mas fique em casa. Vai ver quem tu gosta, mas não saia do sofá. Vá falar com teus amigos, mas não encoste no telefone nem no teclado. Não... faça... contato.
Para de mentir, não precisa mais. E não se intrometa.
Você criou o monstro, mas ele cresce sozinho agora.
Deita, olha as estrelas fosforecerem, abraça o urso que ele deu e dorme pra esquecer e acordar ao som da mesma banda há anos, fazer as mesmas coisas, sentir a mesma preguiça, fazer o mesmo caminho e ser mais uma naquele colégio.
Toma teu banho, estuda pra terminar com isso logo. Fica mais tempo no teu quarto, que a sala está te fazendo indisciplina.
E deixa o Ismael se aproximar. Que é ele.
Tua perdição interna, mas tudo o que você precisa.
Ele sempre foi tudo.
Lembra?
Não quero pose, só quero relatar para que eu possa voltar e ver. Escrevendo, quem sabe, ponho na cabeça.
"Dois goles. Um café.
Depois, um dos dois apertou o pause.
Depois, um dos dois apertou o pause.
E eles nunca mais voltaram a se falar."
Calma, menina.Talvez o Outono se desregule, mas ainda está lá. A pressa às vezes é bem maior.
Mas deixa. Deixa as folhas caírem. Quem sabe dê tempo de nascer outras.
Calma, menina.
Que agora o tempo difícil vai durar, mas você precisa estar com a cabeça boa.
Vai descansar, mas fique em casa. Vai ver quem tu gosta, mas não saia do sofá. Vá falar com teus amigos, mas não encoste no telefone nem no teclado. Não... faça... contato.
Para de mentir, não precisa mais. E não se intrometa.
Você criou o monstro, mas ele cresce sozinho agora.
Deita, olha as estrelas fosforecerem, abraça o urso que ele deu e dorme pra esquecer e acordar ao som da mesma banda há anos, fazer as mesmas coisas, sentir a mesma preguiça, fazer o mesmo caminho e ser mais uma naquele colégio.
Toma teu banho, estuda pra terminar com isso logo. Fica mais tempo no teu quarto, que a sala está te fazendo indisciplina.
E deixa o Ismael se aproximar. Que é ele.
Tua perdição interna, mas tudo o que você precisa.
Ele sempre foi tudo.
Lembra?
“'Há dias em que você simplesmente não está', ela falou antes de fechar os olhos."
(Eu não estou desde que o pause foi apertado. Desde que Walter é Werther. Desde que ela morreu. Desde que Newton sou eu também. Desde...)31 de março de 2012
Evaldo,
eu nunca, nunca, nunca vou esquecer do que você fez por mim.
Nunca vou esquecer de quem estava lá no pior ano da minha vida e no pior aniversário que tive.
Eu nunca vou ter palavras pra sussurar ou berrar o tamanho da gratidão que tenho pelo bem que tu me faz desde aquele cinco de abril, há quatro anos atrás, e nem o tamanho dos sonhos que cabem no teu nome desde 22 de junho do mesmo ano.
Sempre, Evaldo, vai ter espaço pra você.
Sempre teve.
Só tenho que agradecer agora o que nunca agradeci: a forma como ficou do meu lado quando quem sofria era eu. Quando só meu rosto era o que importava.
Agora só o seu me importa.
Estico o braço o máximo que posso pra segurar tua mão.
Pra alcançar teu sofrer e sofrer tudo junto com você.
Igualzinho como fez comigo.
Nunca vou esquecer de quem estava lá no pior ano da minha vida e no pior aniversário que tive.
Eu nunca vou ter palavras pra sussurar ou berrar o tamanho da gratidão que tenho pelo bem que tu me faz desde aquele cinco de abril, há quatro anos atrás, e nem o tamanho dos sonhos que cabem no teu nome desde 22 de junho do mesmo ano.
Sempre, Evaldo, vai ter espaço pra você.
Sempre teve.
Só tenho que agradecer agora o que nunca agradeci: a forma como ficou do meu lado quando quem sofria era eu. Quando só meu rosto era o que importava.
Agora só o seu me importa.
Estico o braço o máximo que posso pra segurar tua mão.
Pra alcançar teu sofrer e sofrer tudo junto com você.
Igualzinho como fez comigo.
25 de março de 2012
20 de março de 2012
Jazzar
Tudo já começou meio sem começo. Ninguém esperava por isso. Você só estava atrasado para seu primeiro show. Eu só fui pro fundo da casa depois de um desmaio. Eu não diria que, depois daquela primeira conversa que gerou dois interesses, nasceria um só interesse completamente diferente.
Em tão pouco tempo apareceram coisas no caminho que vão sempre lembrar a gente (ou nós atribuímos a importância daquilo). Uma bexiga, por exemplo.
Ou um livro. Dois livros.
Uma flor.
Ou uma estação...
O que mais gosto é que tudo aconteceu dentro de nós, entre nós e para nós. Se eu quiser contar sobre a gente, não vai soar como foi conosco. E isso é tão único pra mim que não sei como lidar.
Porque, acho que pela primeira vez, fico mesmo sem palavras.
(Com o jeito como se jogou do meu lado depois do show, com a forma como não sabia como me cumprimentar no nosso primeiro domingo, com o desespero no hospital, o grito na janela, a carta com sua letra, nossa primeira briga, e até o jeito que você pisca diferente quando olha pra mim.)
Obrigada por lutar contra sua família e por aguentar tão pacientemente os problemas da minha se resolverem. Obrigada por deixar toda uma certeza daquela outra garota que seria sua, e por tentar entender conforme vou me desprendendo da que era minha.
Obrigada por colocar os óculos só porque eu gosto e por ir com calma sem dizer absolutamente nada sobre isso quando percebe que não estou bem.
Você é uma porta dos fundos que não dá vontade de atravessar justamente por estar sempre aberta
("Estou fugindo do mundo pra segurar tua mão. Mas se você fugir de mim eu juro que vou entender").
Um poema inverso, a primeira palavra que escrevi, aquela promessa-segredo, a estação que, daqui a pouco, virá.
Vinte e um.
Outono.
Equinócio. Quando o dia e a noite tem o mesmo período.
E mais um monte de coisas que não caberiam aqui.
Porque a flor de Ren que dizes que sou, cresce no peito de nós dois para também ser oferecida àquela dor que todos temos escondida. Aquela que chegamos muito perto de contar, mas é segredo demais pra ser pronunciado. E fica no ar, assim como a espera do mês passar para um encontro de namorados distantes.
Jaz, daqui a pouco é dia 21. Daqui a pouco é Outono.
Nossos olhos se cruzaram no verão, e nossas almas passarão juntas para outro tempo. O teu tempo.
"Nosso tempo é agora".
Daqui a pouco é um dia importante para nós, porque aquela ligação que tu me fez ligou também o que é hoje. Daqui a pouco é um mês.
E eu ainda não tenho palavras o suficiente...
Em tão pouco tempo apareceram coisas no caminho que vão sempre lembrar a gente (ou nós atribuímos a importância daquilo). Uma bexiga, por exemplo.
Ou um livro. Dois livros.
Uma flor.
Ou uma estação...
O que mais gosto é que tudo aconteceu dentro de nós, entre nós e para nós. Se eu quiser contar sobre a gente, não vai soar como foi conosco. E isso é tão único pra mim que não sei como lidar.
Porque, acho que pela primeira vez, fico mesmo sem palavras.
(Com o jeito como se jogou do meu lado depois do show, com a forma como não sabia como me cumprimentar no nosso primeiro domingo, com o desespero no hospital, o grito na janela, a carta com sua letra, nossa primeira briga, e até o jeito que você pisca diferente quando olha pra mim.)
Obrigada por lutar contra sua família e por aguentar tão pacientemente os problemas da minha se resolverem. Obrigada por deixar toda uma certeza daquela outra garota que seria sua, e por tentar entender conforme vou me desprendendo da que era minha.
Obrigada por colocar os óculos só porque eu gosto e por ir com calma sem dizer absolutamente nada sobre isso quando percebe que não estou bem.
Você é uma porta dos fundos que não dá vontade de atravessar justamente por estar sempre aberta
("Estou fugindo do mundo pra segurar tua mão. Mas se você fugir de mim eu juro que vou entender").
Um poema inverso, a primeira palavra que escrevi, aquela promessa-segredo, a estação que, daqui a pouco, virá.
Vinte e um.
Outono.
Equinócio. Quando o dia e a noite tem o mesmo período.
E mais um monte de coisas que não caberiam aqui.
Porque a flor de Ren que dizes que sou, cresce no peito de nós dois para também ser oferecida àquela dor que todos temos escondida. Aquela que chegamos muito perto de contar, mas é segredo demais pra ser pronunciado. E fica no ar, assim como a espera do mês passar para um encontro de namorados distantes.
Jaz, daqui a pouco é dia 21. Daqui a pouco é Outono.
Nossos olhos se cruzaram no verão, e nossas almas passarão juntas para outro tempo. O teu tempo.
"Nosso tempo é agora".
Daqui a pouco é um dia importante para nós, porque aquela ligação que tu me fez ligou também o que é hoje. Daqui a pouco é um mês.
E eu ainda não tenho palavras o suficiente...
11 de março de 2012
"[...] E se via, fazia pequenas e grandes descobertas, existia melhor."
"Ele não encontrava tempo para escutar a natureza porque sua natureza interior estava povoada de pessoas reais e irreais. E Mateus, por mais que necessitasse de uma atenção dos outros, se dava ao luxo de existir só por dentro."
Trechos de "Lis no Peito", de Jorge Miguel Marinho.
5 de março de 2012
Aqui já não é questão de escolha. É necessidade.
Lutou tanto pela liberdade que, quando a teve, não sabia o que fazer com ela.
Lutou tanto pra conseguir o que queria que quando teve, nem queria mais.
Levou tanto, tanto, que, quando viu, nem era mais humano.
Lutou tanto pra conseguir o que queria que quando teve, nem queria mais.
Levou tanto, tanto, que, quando viu, nem era mais humano.
25 de fevereiro de 2012
sopro de tempo III
Pra quem sente demais, a ignorância alheia não faz sentido.
É quase injusto acordar e ver que nosso tempo já passou, e que nossa vida consistiu em momentos intensos cujos não sabíamos diferenciar da realidade.
Dói saber que felicidade engana. Pode ser merecida, mas é como um período de sono.
(dorme pra adormecer a dor ou para experimentar amostra grátis de morte)
É injusto demais não saber exprimir em palavras o que a gente queria tanto contar.
É confuso demais se controlar quando a vontade é terminar de desordenar tudo (ainda nos exigem que façamos diferente).
Viver não é tão natural assim quando estou presa demais às coisas mas não sei me prender ao meu próprio nome.
Reavaliar toda uma existência em segundos talvez seja meu maior erro.
Viver não é tão natural assim quando a gente não quer viver pros outros.
É quase injusto acordar e ver que nosso tempo já passou, e que nossa vida consistiu em momentos intensos cujos não sabíamos diferenciar da realidade.
Dói saber que felicidade engana. Pode ser merecida, mas é como um período de sono.
(dorme pra adormecer a dor ou para experimentar amostra grátis de morte)
É injusto demais não saber exprimir em palavras o que a gente queria tanto contar.
É confuso demais se controlar quando a vontade é terminar de desordenar tudo (ainda nos exigem que façamos diferente).
Viver não é tão natural assim quando estou presa demais às coisas mas não sei me prender ao meu próprio nome.
Reavaliar toda uma existência em segundos talvez seja meu maior erro.
Viver não é tão natural assim quando a gente não quer viver pros outros.
23 de fevereiro de 2012
sopro de tempo II
Uma espera o tempo todo
(da comida, dos horários, da mensagem, do ônibus, do sono, da própria vida)
É quase injusto medir o tempo pelo nosso tempo marcado.
Se nosso tempo próprio nos permite mortes instantâneas sucessivas de dor, de felicidade
Se nosso tempo não passa e em minutos cabe uma vida inteira,
choros baixinhos,
vontades que mudam rápido demais para acompanhar sem ser com o coração,
se paixões são sem limites,
se...
(da comida, dos horários, da mensagem, do ônibus, do sono, da própria vida)
É quase injusto medir o tempo pelo nosso tempo marcado.
Se nosso tempo próprio nos permite mortes instantâneas sucessivas de dor, de felicidade
Se nosso tempo não passa e em minutos cabe uma vida inteira,
choros baixinhos,
vontades que mudam rápido demais para acompanhar sem ser com o coração,
se paixões são sem limites,
se...
22 de fevereiro de 2012
sopro de tempo I
O tempo todo tudo parece uma eternidade.
Em mim o tempo é tão violento, é tanto sentimento se contradizendo, passa não só devagar como sofrido.
E todo tempo é passagem...
Uma navalha nunca gasta para nos rasgar veias.
Viver uma eterna sangria (em perdão de quê?),
daquelas que a gente não sabe controlar como se viver fosse um eterno empapar de curativos um eterno aprender a dar pontos uma eterna morte escarlate
Um
fôlego
só
.
Em mim o tempo é tão violento, é tanto sentimento se contradizendo, passa não só devagar como sofrido.
E todo tempo é passagem...
Uma navalha nunca gasta para nos rasgar veias.
Viver uma eterna sangria (em perdão de quê?),
daquelas que a gente não sabe controlar como se viver fosse um eterno empapar de curativos um eterno aprender a dar pontos uma eterna morte escarlate
Um
fôlego
só
.
27 de janeiro de 2012
E minha juventude me dá ideias revolucionárias, esperança, me tira qualquer medo que não sinto, faz a vida ser tão simples que cabe em cores pastéis e versos que nem sei fazer.
Poesia se fala, se experimenta, se testa.
Ouvir a própria voz e como a poesia encaixa ou não na nossa boca e dentro da gente. Ler em voz baixa, aos pequenos sussurros para torná-la mais bonita, pra contar segredo pra gente mesmo e grudar melhor cada cantinho que não está escrito na parte mais sensível da gente.
Ouvir a própria voz e como a poesia encaixa ou não na nossa boca e dentro da gente. Ler em voz baixa, aos pequenos sussurros para torná-la mais bonita, pra contar segredo pra gente mesmo e grudar melhor cada cantinho que não está escrito na parte mais sensível da gente.
O segredo que ele sonhou pra mim. (E me escreveu, me construiu, me descreveu, desconstruiu)
Que acorda com cantoria.
Que vai pelo cérebro.
Ama o coração, parte outros.
Que é barulho. Que foi preto.
Que sempre terá em si um latido.
Que esmeraldas não brilham mais que sua aura.
Poesia que morre. Renasce. Vive.
Poesia que tem confiança.
Que chama pra teu lado, quem tem caneta...
Pra escrever junto a ti, no seu "diário".
Afinal, é poesia de livro."
(Mateus Borge)
26 de janeiro de 2012
Poesia de celofane (Mateus)
Se eu fosse uma estrela, eu brilharia mais que as outras pra chamar tua atenção
E tentar te despertar um desejo bonito pra ser eleita a tua estrela .
Eu te regeria até tua casa todas as noites,
te cantaria uma surda canção
mesmo sem saber fazê-la.
Te veria adormecer pela janela com teu rosto denunciando adolescência,
desenvolvendo um homem
e tecendo sonhos a um humano.
E mesmo que o dia fique claro antes dos seus olhos iluminarem o dia,
te olharei dali, escondida.
Pra no anoitecer te levar pra casa outra vez,
quem sabe talvez
no teu mau humor em segredo,
eu brilharia menos
pra te ver dormir sem luz no rosto e lhe apagar o medo.
19 de janeiro de 2012
Perfect weapon.
Um pouquinho de estudo de História já fornece armas para combater uma porção de preconceitos.
9 de janeiro de 2012
Com todo o carinho de seus cinco anos que passaram. Com todo o pesar que viverei meu completar de 16 anos para sempre.
"Deus sabe o que quis foi te proteger/ do perigo maior, que é você/ eu sei que parece o que não se diz/ 'O seu caso é o tempo passar'/ Quem fala é o doutor"
(Do sétimo andar, Los Hermanos)
"Não-tem-pubema", é o que ela diria.
evaldocgomes diz:
*sei q nd vai te confortar e diminuir o desespero agora
*ela teve uma boa vida menine, foi bem cuidada, mimada rs, por vcs... foi injusto o jto q aconteceu, mas ela sempre vai ser grata a vcs
Eu sei...
Keury conseguiu conquistar cada um da casa. Conquistou até um adesivo da família no carro.
Eu ia todos os dias no mercado namorar aquele vestido florido pra ela. Quando o ganhei de presente, quase explodi! E ela ficou "tããão muniiita no vestiiido *-*".
Economizei pra comprar potinhos de ração melhores. Lhe dei banho quase todos os fins de semana e morria de rir quando ela se escondia quando o carro do pet-shop vinha buscá-la. Gostei de levá-la ao parquinho. Gostei até da luta contra as pulgas e os vermes. (Faltava só mais um comprimido, afinal.)
Todos riam quando eu punha touca nas orelhas dela para não entrar água durante o banho ou a enrolava com nossas próprias roupas.
"Foi o tempo que dedicaste a tua rosa que a fez ser tão importante."
E lembro do nosso último tudo, sem saber que seria o último. O último banho que te dei e enchi de perfume. Do nosso último passeio para que perdesse essas banhas. Da última vez que a vi agarrar o pote de ração, e claro, sua última "refeição": o primeiro pedaço de bolo do meu aniversário. O último enfeite: a fitinha azul, com a qual foi morta. Tua última noite, que fizeste questão que fosse numa conchinha gostosa comigo, só comigo... Pelo menos tu foi a tempo de descobrirmos que aqueles latidos absurdos que dava quando chegava alguém, era de alegria. E de descobrir que tu amava meu dadinho de pelúcia.
Nossos carinhos só a gente sabe. Apertar de tetinhas, passar os dedos no focinho molhado, apelidos fofos e os bom-dias mais lambidos na minha cara. Mostrar os dentes quando tinha cosquinha. "Que sorriso munito mais Colgate". Te defender com um "não tem pubema" sempre que aprontava uma, levava bronca dos outros e vinha direto se encolher perto de mim. E todos aqueles olhares cheios do amor que tu não conseguia dizer em palavras. Querida por cada um que vinha aqui.
Esvaziar os potes, dobrar o vestido, guardar o xampú e a toalha, enrolar as correntes, esquecer os prazos de remédios.
Ele tira o boné, arranca o adesivo de um cachorro do carro e chora.
Lembrar que ela foi "a cadela que ganhou na loteria", pedir para que o assassino bruto pague; e apagar a vela. E ouvir um monte de silêncio. Não dividir intervalos de respirações, desejos de boa noite, patas trotando atrás onde quer que fosse na casa e nem o inconfundível barulho do rabo batendo no sofá.
Ninguém pra chamar teu nome e dividir sua atenção dócil. Tá todo mundo com um rombo no coração.
*sei q nd vai te confortar e diminuir o desespero agora
*ela teve uma boa vida menine, foi bem cuidada, mimada rs, por vcs... foi injusto o jto q aconteceu, mas ela sempre vai ser grata a vcs
Eu sei...
Keury conseguiu conquistar cada um da casa. Conquistou até um adesivo da família no carro.
Eu ia todos os dias no mercado namorar aquele vestido florido pra ela. Quando o ganhei de presente, quase explodi! E ela ficou "tããão muniiita no vestiiido *-*".
Economizei pra comprar potinhos de ração melhores. Lhe dei banho quase todos os fins de semana e morria de rir quando ela se escondia quando o carro do pet-shop vinha buscá-la. Gostei de levá-la ao parquinho. Gostei até da luta contra as pulgas e os vermes. (Faltava só mais um comprimido, afinal.)
Todos riam quando eu punha touca nas orelhas dela para não entrar água durante o banho ou a enrolava com nossas próprias roupas.
"Foi o tempo que dedicaste a tua rosa que a fez ser tão importante."
E lembro do nosso último tudo, sem saber que seria o último. O último banho que te dei e enchi de perfume. Do nosso último passeio para que perdesse essas banhas. Da última vez que a vi agarrar o pote de ração, e claro, sua última "refeição": o primeiro pedaço de bolo do meu aniversário. O último enfeite: a fitinha azul, com a qual foi morta. Tua última noite, que fizeste questão que fosse numa conchinha gostosa comigo, só comigo... Pelo menos tu foi a tempo de descobrirmos que aqueles latidos absurdos que dava quando chegava alguém, era de alegria. E de descobrir que tu amava meu dadinho de pelúcia.
Nossos carinhos só a gente sabe. Apertar de tetinhas, passar os dedos no focinho molhado, apelidos fofos e os bom-dias mais lambidos na minha cara. Mostrar os dentes quando tinha cosquinha. "Que sorriso munito mais Colgate". Te defender com um "não tem pubema" sempre que aprontava uma, levava bronca dos outros e vinha direto se encolher perto de mim. E todos aqueles olhares cheios do amor que tu não conseguia dizer em palavras. Querida por cada um que vinha aqui.
Esvaziar os potes, dobrar o vestido, guardar o xampú e a toalha, enrolar as correntes, esquecer os prazos de remédios.
Ele tira o boné, arranca o adesivo de um cachorro do carro e chora.
Lembrar que ela foi "a cadela que ganhou na loteria", pedir para que o assassino bruto pague; e apagar a vela. E ouvir um monte de silêncio. Não dividir intervalos de respirações, desejos de boa noite, patas trotando atrás onde quer que fosse na casa e nem o inconfundível barulho do rabo batendo no sofá.
Ninguém pra chamar teu nome e dividir sua atenção dócil. Tá todo mundo com um rombo no coração.
7 de janeiro de 2012
Vai dizer que não bate um desapontamento?
- É estranho, não é? - perguntou Sam inclinando-se perto dela sobre a mesinha e baixando a voz.
- O quê?
- Que a gente possa ter uma vida inteira, com todas as nossas opiniões, os nossos amores, os nossos medos. Com o tempo, todas essas partes de nós desaparecem. E depois as pessoas que poderiam se lembrar dessas partes também desaparecem, e de repente, tudo o que resta da gente é o nosso nome em algum registro.
(O livro perdido das bruxas de Salem, Katherine Howe)
- O quê?
- Que a gente possa ter uma vida inteira, com todas as nossas opiniões, os nossos amores, os nossos medos. Com o tempo, todas essas partes de nós desaparecem. E depois as pessoas que poderiam se lembrar dessas partes também desaparecem, e de repente, tudo o que resta da gente é o nosso nome em algum registro.
(O livro perdido das bruxas de Salem, Katherine Howe)
6 de janeiro de 2012
5 de janeiro de 2012
1 de janeiro de 2012
De boas intenções o cemitério está cheio.
É verão. Pejorativo. (Absurdo como digo que amo janeiro mas não ligo pro meu aniversário e não gosto de calor.)
Minha dor já começou. Sem contagem regressiva, mas com aviso. Eu procurei por isso.
Já está rodando, pode começar!
Dói, dói demais afundar no universo deles. E eu gosto. E admito. Sofrer eleva os sentidos.
Não sinto a dor de ninguém mais, só a minha. Essa talvez seja a essência da coisa.
Sofrer. E melhor ainda, por mim. Sofrer por minha alma. Cortá-la deliciosamente. Ensiná-la a não cicatrizar, jamais se acomodar. Sofrer implica em auto-conhecimento. Sofrer implica no ser em sua pureza. Implica no egoísmo... Procurar outros sangues para doer de verdade, não sofrer para outros verem.
Procuro por que chorar, mas não consigo. Simplesmente não é suficiente ainda. Acumule mais um pouco de. Por favor, morra.
Congelo qualquer vestígio disso com os outros. Frases de ânimo e mantras positivos me cercam. Sofrer sozinho. Depois eu também respondo vozes que ninguém mais ouve, indicando que passo muitas horas sozinha e sem falar. Depois eu também reviro minhas coisas para viver minha antiga vida de novo. Depois eu também fuço a dor alheia para zombar ou sofrer também. Eu também engordo com livros e filmes tristes. Por favor, morra.
E voltei comigo mesma bem agora. Eu também tinha marcado hora para ser feliz pela meia noite, mas meu coração resolveu se quebrar poucos minutos antes. Ou se juntar. Muita pressão machuca.
Silverchair para disfarçar qualquer Michel Teló da vizinhança.
Quando algo quebra pequenos cacos se perdem e o quebrado junto nunca mais faz sentido de verdade.
Tenho dormido na cama onde minha avó morreu. Imaginá-la andar de aura azul pela casa. "Verde é a cor da cura", eu disse no reveillon do outro ano. Imagino meu corpo morto em quase todo canto, planejo com tanto cuidado e com carinho até, imagino reações. Morro um pouquinho ao prender a respiração. Imagino que os outros também imaginam. Imagino, imagino, só isso.
É só adolescência, querida. Logo passa.
De boas intenções meus erros estão cheios.
Minha dor já começou. Sem contagem regressiva, mas com aviso. Eu procurei por isso.
Já está rodando, pode começar!
Dói, dói demais afundar no universo deles. E eu gosto. E admito. Sofrer eleva os sentidos.
Não sinto a dor de ninguém mais, só a minha. Essa talvez seja a essência da coisa.
Sofrer. E melhor ainda, por mim. Sofrer por minha alma. Cortá-la deliciosamente. Ensiná-la a não cicatrizar, jamais se acomodar. Sofrer implica em auto-conhecimento. Sofrer implica no ser em sua pureza. Implica no egoísmo... Procurar outros sangues para doer de verdade, não sofrer para outros verem.
Procuro por que chorar, mas não consigo. Simplesmente não é suficiente ainda. Acumule mais um pouco de. Por favor, morra.
Congelo qualquer vestígio disso com os outros. Frases de ânimo e mantras positivos me cercam. Sofrer sozinho. Depois eu também respondo vozes que ninguém mais ouve, indicando que passo muitas horas sozinha e sem falar. Depois eu também reviro minhas coisas para viver minha antiga vida de novo. Depois eu também fuço a dor alheia para zombar ou sofrer também. Eu também engordo com livros e filmes tristes. Por favor, morra.
E voltei comigo mesma bem agora. Eu também tinha marcado hora para ser feliz pela meia noite, mas meu coração resolveu se quebrar poucos minutos antes. Ou se juntar. Muita pressão machuca.
Silverchair para disfarçar qualquer Michel Teló da vizinhança.
Quando algo quebra pequenos cacos se perdem e o quebrado junto nunca mais faz sentido de verdade.
Tenho dormido na cama onde minha avó morreu. Imaginá-la andar de aura azul pela casa. "Verde é a cor da cura", eu disse no reveillon do outro ano. Imagino meu corpo morto em quase todo canto, planejo com tanto cuidado e com carinho até, imagino reações. Morro um pouquinho ao prender a respiração. Imagino que os outros também imaginam. Imagino, imagino, só isso.
É só adolescência, querida. Logo passa.
De boas intenções meus erros estão cheios.
20 de dezembro de 2011
E eu quero que você saiba: você não poderia ter me amado melhor.
Te amei além dos meus limites, além dos limites dos meus amigos ouvindo-me falar de ti.
Resolvi mergulhar em Coração de Tinta por quase nada, e me vi desesperada para saber do resto. Procurando por outros livros que me lembrassem os personagens desse, para prolongar essa ternura.
Aprendi com as personagens e as filosofias de Cornelia não só por ler, mas sentir os personagens e, incrivelmente, viver algo parecido no mundo fora do livro.
Eu quis entrar nele ou ser uma Língua Encantada.
Aprendi de vez que não imaginamos realmente um personagem. O sentimos e só o conjuramos a sós. Tanto que o mundo ao redor nunca fazia muito sentido depois.
Sonhei com Dedo Empoeirado e Mortimer dormindo, acordada... entre os dois.
Criei histórias antes e depois do que existia escrito e até ousei ser parte dela.
E devo confessar que criei outro mundo em mim, como nunca havia feito. Claro que sempre criamos algo novo em nós ao ousar ler outro livro. Mas o que se deu em mim foi o amor às palavras como eu nunca senti, e esse blog é a mais real prova disso. Batizei nosso agarponi azul de Gaio.
E como "talvez seja a saudade a única ligação entre as coisas", que o que me levou a devorar toda a trilogia com tanto amor foi algo infantil que amadurecia em mim e também a saudade das páginas lidas com tantos sentimentos diferentes. E eu amei finais felizes. Justo eu.
Mo percebeu que sempre que lemos um livro ele fica mais grosso. São os sonhos que enterramos entre as linhas. Cornelia sabe que todo livro nos guarda do jeitinho que somos ali, em algum lugar entre as letras. Por isso que quando lemos um livro pela segunda vez, lemos também o nosso passado, ali, tão (in)visível... Nunca lerei Mundo de Tinta novamente. Não assim. E é disso que me despeço tão saudosa. Sabendo que daqui uns anos, quando esse eu estiver adormecido e outro eu tiver crescido, voltarei a ser eu, mas também colocarei o meu novo ser ali, ao tocar o Mundo de Tinta com os olhos.
Só queria dizer que amei Cornelia como nunca amei ninguém. Minha pequena bruxa, assim como Meggie. Conhecendo cada canto de mim.
Meu maior Delírio. (Assim. Com letra maiúscula.)
E que, como ela mesma diz, Dedo Empoeirado é o amante perfeito e mais amado que nunca tivemos.
Está aí o que escrevi em outra língua no fim do último dos últimos capítulos.
Resolvi mergulhar em Coração de Tinta por quase nada, e me vi desesperada para saber do resto. Procurando por outros livros que me lembrassem os personagens desse, para prolongar essa ternura.
Aprendi com as personagens e as filosofias de Cornelia não só por ler, mas sentir os personagens e, incrivelmente, viver algo parecido no mundo fora do livro.
Eu quis entrar nele ou ser uma Língua Encantada.
Aprendi de vez que não imaginamos realmente um personagem. O sentimos e só o conjuramos a sós. Tanto que o mundo ao redor nunca fazia muito sentido depois.
Sonhei com Dedo Empoeirado e Mortimer dormindo, acordada... entre os dois.
Criei histórias antes e depois do que existia escrito e até ousei ser parte dela.
E devo confessar que criei outro mundo em mim, como nunca havia feito. Claro que sempre criamos algo novo em nós ao ousar ler outro livro. Mas o que se deu em mim foi o amor às palavras como eu nunca senti, e esse blog é a mais real prova disso. Batizei nosso agarponi azul de Gaio.
E como "talvez seja a saudade a única ligação entre as coisas", que o que me levou a devorar toda a trilogia com tanto amor foi algo infantil que amadurecia em mim e também a saudade das páginas lidas com tantos sentimentos diferentes. E eu amei finais felizes. Justo eu.
Mo percebeu que sempre que lemos um livro ele fica mais grosso. São os sonhos que enterramos entre as linhas. Cornelia sabe que todo livro nos guarda do jeitinho que somos ali, em algum lugar entre as letras. Por isso que quando lemos um livro pela segunda vez, lemos também o nosso passado, ali, tão (in)visível... Nunca lerei Mundo de Tinta novamente. Não assim. E é disso que me despeço tão saudosa. Sabendo que daqui uns anos, quando esse eu estiver adormecido e outro eu tiver crescido, voltarei a ser eu, mas também colocarei o meu novo ser ali, ao tocar o Mundo de Tinta com os olhos.
Só queria dizer que amei Cornelia como nunca amei ninguém. Minha pequena bruxa, assim como Meggie. Conhecendo cada canto de mim.
Meu maior Delírio. (Assim. Com letra maiúscula.)
E que, como ela mesma diz, Dedo Empoeirado é o amante perfeito e mais amado que nunca tivemos.
Está aí o que escrevi em outra língua no fim do último dos últimos capítulos.
"Eu quero que você saiba, que não importa onde essa estrada der, alguém tem que abrir mão. E eu quero que você saiba, que você não poderia ter me amado melhor."
Você me escolheu naquela biblioteca, Funke. Obrigada por me dar um lar. Mãe.
Com tudo o que tenho de melhor e ainda posso ter,
Adeus, Mundo de Tinta.
Eu... realmente... te amei.
18 de dezembro de 2011
17 de dezembro de 2011
Por que insistimos em ignorar isso?
-Ela nos fazia acreditar que segredos nos mantinham unidas.
-Mantêm. Mas segredos são feitos para serem revelados um dia.
(PLL)
-Mantêm. Mas segredos são feitos para serem revelados um dia.
(PLL)
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