25 de fevereiro de 2012

sopro de tempo III

Pra quem sente demais, a ignorância alheia não faz sentido.
É quase injusto acordar e ver que nosso tempo já passou, e que nossa vida consistiu em momentos intensos cujos não sabíamos diferenciar da realidade.
Dói saber que felicidade engana. Pode ser merecida, mas é como um período de sono.
(dorme pra adormecer a dor ou para experimentar amostra grátis de morte)
É injusto demais não saber exprimir em palavras o que a gente queria tanto contar.
É confuso demais se controlar quando a vontade é terminar de desordenar tudo (ainda nos exigem que façamos diferente).
Viver não é tão natural assim quando estou presa demais às coisas mas não sei me prender ao meu próprio nome.
Reavaliar toda uma existência em segundos talvez seja meu maior erro.
Viver não é tão natural assim quando a gente não quer viver pros outros.

23 de fevereiro de 2012

sopro de tempo II

Uma espera o tempo todo
(da comida, dos horários, da mensagem, do ônibus, do sono, da própria vida)
É quase injusto medir o tempo pelo nosso tempo marcado.
Se nosso tempo próprio nos permite mortes instantâneas sucessivas de dor, de felicidade
Se nosso tempo não passa e em minutos cabe uma vida inteira,
choros baixinhos,
vontades que mudam rápido demais para acompanhar sem ser com o coração,
se paixões são sem limites,
se...

22 de fevereiro de 2012

sopro de tempo I

O tempo todo tudo parece uma eternidade.
Em mim o tempo é tão violento, é tanto sentimento se contradizendo, passa não só devagar como sofrido.
E todo tempo é passagem...
Uma navalha nunca gasta para nos rasgar veias.
Viver uma eterna sangria (em perdão de quê?),
daquelas que a gente não sabe controlar como se viver fosse um eterno empapar de curativos um eterno aprender a dar pontos uma eterna morte escarlate


Um
fôlego

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