31 de março de 2012

Evaldo,

eu nunca, nunca, nunca vou esquecer do que você fez por mim.
Nunca vou esquecer de quem estava lá no pior ano da minha vida e no pior aniversário que tive.
Eu nunca vou ter palavras pra sussurar ou berrar o tamanho da gratidão que tenho pelo bem que tu me faz desde aquele cinco de abril, há quatro anos atrás, e nem o tamanho dos sonhos que cabem no teu nome desde 22 de junho do mesmo ano.

Sempre, Evaldo, vai ter espaço pra você.
Sempre teve.

Só tenho que agradecer agora o que nunca agradeci: a forma como ficou do meu lado quando quem sofria era eu. Quando só meu rosto era o que importava.
Agora só o seu me importa.
Estico o braço o máximo que posso pra segurar tua mão.
Pra alcançar teu sofrer e sofrer tudo junto com você.
Igualzinho como fez comigo.

20 de março de 2012

Jazzar

Tudo já começou meio sem começo. Ninguém esperava por isso. Você só estava atrasado para seu primeiro show. Eu só fui pro fundo da casa depois de um desmaio. Eu não diria que, depois daquela primeira conversa que gerou dois interesses, nasceria um só interesse completamente diferente.
Em tão pouco tempo apareceram coisas no caminho que vão sempre lembrar a gente (ou nós atribuímos a importância daquilo). Uma bexiga, por exemplo.
Ou um livro. Dois livros.
Uma flor.
Ou uma estação...

O que mais gosto é que tudo aconteceu dentro de nós, entre nós e para nós. Se eu quiser contar sobre a gente, não vai soar como foi conosco. E isso é tão único pra mim que não sei como lidar.
Porque, acho que pela primeira vez, fico mesmo sem palavras.
(Com o jeito como se jogou do meu lado depois do show, com a forma como não sabia como me cumprimentar no nosso primeiro domingo, com o desespero no hospital, o grito na janela, a carta com sua letra, nossa primeira briga, e até o jeito que você pisca diferente quando olha pra mim.)

Obrigada por lutar contra sua família e por aguentar tão pacientemente os problemas da minha se resolverem. Obrigada por deixar toda uma certeza daquela outra garota que seria sua, e por tentar entender conforme vou me desprendendo da que era minha.
Obrigada por colocar os óculos só porque eu gosto e por ir com calma sem dizer absolutamente nada sobre isso quando percebe que não estou bem.

Você é uma porta dos fundos que não dá vontade de atravessar justamente por estar sempre aberta
("Estou fugindo do mundo pra segurar tua mão. Mas se você fugir de mim eu juro que vou entender").
Um poema inverso, a primeira palavra que escrevi, aquela promessa-segredo, a estação que, daqui a pouco, virá.
Vinte e um.
Outono.
Equinócio. Quando o dia e a noite tem o mesmo período.

E mais um monte de coisas que não caberiam aqui.
Porque a flor de Ren que dizes que sou, cresce no peito de nós dois para também ser oferecida àquela dor que todos temos escondida. Aquela que chegamos muito perto de contar, mas é segredo demais pra ser pronunciado. E fica no ar, assim como a espera do mês passar para um encontro de namorados distantes.

Jaz, daqui a pouco é dia 21. Daqui a pouco é Outono.
Nossos olhos se cruzaram no verão, e nossas almas passarão juntas para outro tempo. O teu tempo.
"Nosso tempo é agora".
Daqui a pouco é um dia importante para nós, porque aquela ligação que tu me fez ligou também o que é hoje. Daqui a pouco é um mês.

E eu ainda não tenho palavras o suficiente...

11 de março de 2012

"[...] E se via, fazia pequenas e grandes descobertas, existia melhor."



"Ele não encontrava tempo para escutar a natureza porque sua natureza interior estava povoada de pessoas reais e irreais. E Mateus, por mais que necessitasse de uma atenção dos outros, se dava ao luxo de existir só por dentro."

Trechos de "Lis no Peito", de Jorge Miguel Marinho.

5 de março de 2012

Aqui já não é questão de escolha. É necessidade.

Lutou tanto pela liberdade que, quando a teve, não sabia o que fazer com ela.
Lutou tanto pra conseguir o que queria que quando teve, nem queria mais.
Levou tanto, tanto, que, quando viu, nem era mais humano.

Eu nunca esperei por ele.
E ele veio num dos dias mais esperados da minha vida.

Palavras de Clarice. Nomes da vida real. (e um pouco desse sorriso, também)


Para Allana, a atmosfera era de milagre; Jaz estava sofrendo de vida e de amor.