26 de setembro de 2011

Uma história, um romance, um conto -

essas coisas assemelham-se a seres vivos, e talvez o sejam de fato. Elas têm sua cabeça, suas pernas, sua circulação sanguínea e sua roupa, como pessoas de verdade.

Erich Kästner

20 de setembro de 2011

Sono eterno perto das minhas estrelas de plástico.

Sempre que vou dormir, me imagino como um outro animal. Me imagino dormindo. Dormindo pra sempre... É espantoso como essa imagem e quase sensação de saudade do que não existe me agrada todas as vezes.

Talvez seja imaginação.
Talvez seja um desejo muito profundo.
Talvez seja sono e cansaço.
Talvez seja preguiça. A pior delas é a preguiça de pessoas.

Só tem graça porque é novidade.

Tem gente que não te lê mais. Eu quis tanto ser tudo isso que não tem mais graça. Eu quis tanto ser como ela que não sou nem eu, nem ela. Eu queria que tu entendesse que me tornei o que queria que tu visse. E foi tudo pra você e vai continuar sendo, por mais cansativo que seja pros dois. Eu resolvi me eternizar por sua causa. Você jurou ter pilares definidos e se permitiu ser o meu, mas e agora? Você só é um perdido tentando ser o que não é, tanto que agora é.

Eu sei, cada vez mais, que me recuso ser como sou: cada detalhe meu eu fiz questão de matar. E isso tem refletido nesses 13 meses. Eles me conheceram de novo. Quem sabe ele tenha se aproximado por eu ser novidade. Quem sabe ela continua apaixonada por eu sempre ser uma novidade.
Acho que você terminou e já perdeu a linha e quer me levar junto, pra que o buraco seja menos calado.

Tenho prestado mais atenção na aula de filosofia talvez por concordar com um amor inventado por Platão. É sempre mais bonito se não é real. É sempre novidade. Ou por querer matar perguntas. Ou tentar entender por que um mero moleque resolveu ir embora. Ele foi e nunca mais vai ser. Ele morreu jovem, então sempre vai ser dentro de qualquer olho. E sua voz eternizada sempre vai ser novidade. Feito Kurt Cobain...

Meus livros. E os livros que não são inteiramente meus. Tenho dado exemplos errados com argumentos egoístas e não sei me sentir culpada. Pensar em si mesmo não é egoísmo, afinal. Ela me ensina a competir porque estamos todos sozinhos, e a ensino mentiras. Eu ensino história. E também ensino roubo pra ele; ele me ensina a pensar em mim, cada vez mais.

Mas tudo precisa ser novidade. Eu me mato sempre porque preciso que seja novo outra vez. A morte é sempre novidade. Todas minhas fases são novidades. Isso é redescobrir?
No seu buraco não tem morte. Vai viver no escuro sozinho. Quero morrer pra sempre.

10 de setembro de 2011

Pelos consertos e concertos.

Eu jurei não deixar isso me abalar. Ainda mais hoje, eu sei.
Ainda não aceito e finjo não ver.
Sei que sabem exatamente como destrói, e seria egoísmo dizer que só eu sinto. Pra vocês é bem pior.
Só... parecia tão certo... Depois ficou desconcertado, em todos os sentidos possíveis.
Eu consegui entender. Consegui perdoar, talvez pelo fato de sempre ter sentido que não era o lugar dele.

"O show deve continuar", ele disse.

Quantos, meu deus, precisarão ir embora?

9 de setembro de 2011

- Às vezes eu acho que foi tudo uma grande mentira, ou só engano.
- Nenhuma mentira vive por tanto tempo. Ainda mais com tanta gente tentando provar o contrário sempre.
- De qualquer forma, eu não consigo acreditar...
- Prefiro acreditar a viver vazio.

7 de setembro de 2011

Pela tradução que ela me dedicou quando quem ia embora era eu.

Agora tudo é cobrado. Professores são pressionados a nos pressionar. Todos os anos é nessa época que fica pior, eu dou um jeito de sumir e dou importância demais no que daqui quatro meses não fará sentido. Levo a semana toda esperando por uma sexta-feira, alguns sábados e todos os domingos. Tenho ouvido Arctic Monkeys e sonhado com pessoas distantes de corpo e coração. Tenho estado nervosa com prazos, datas, chegadas, idas. Dormir virou segundo plano e todas minhas vontades e ideias terceiro, quem sabe quarto.
Ele viu que o que era bom de repente vira obrigação. Mas ele sabe que no fundo gosta. Se não gostasse, iria embora sem mais. Feito Ulisses. E se me deixasse feito Thereza?
Tenho esperado tanto por shows que até perdeu a graça. Perdi as contas.
Às vezes acho que faltou minha fé. Só a minha. Culpa hoje é só esse gosto de dois corpos mortos nessa casa.
Hoje é aniversário do Tom. Aniversários me constrangem demais. Eu só queria poder dizer um dia pra ele o quanto o que ele diz me faz diferença, independentemente de quantos sete de setembro existirem.
Se não doesse, ninguém voltaria.
E cada vez mais, esse telefone me irrita.

Coisas que se observa e ninguém em volta dá sinal de ver.

E sobre a tendência a se defender?
Essa coisa de procurar desesperadamente se defender a qualquer custo, buscar um argumento a seu favor mesmo sabendo que você está errado.
E essa coisa de procurar apoio nos outros, pelo menos pra afiar seu pensamento, sentir não estar sozinho, dizer o que não se diz, pelo menos para ter quem concorde?

Quando você cansa e não se defende, ou é o otário, inferior ou o ignorante incapaz de ver o tamanho da situação.