20 de dezembro de 2011

E eu quero que você saiba: você não poderia ter me amado melhor.

Te amei além dos meus limites, além dos limites dos meus amigos ouvindo-me falar de ti.
Resolvi mergulhar em Coração de Tinta por quase nada, e me vi desesperada para saber do resto. Procurando por outros livros que me lembrassem os personagens desse, para prolongar essa ternura.

Aprendi com as personagens e as filosofias de Cornelia não só por ler, mas sentir os personagens e, incrivelmente, viver algo parecido no mundo fora do livro.
Eu quis entrar nele ou ser uma Língua Encantada.
Aprendi de vez que não imaginamos realmente um personagem. O sentimos e só o conjuramos a sós. Tanto que o mundo ao redor nunca fazia muito sentido depois.

Sonhei com Dedo Empoeirado e Mortimer dormindo, acordada... entre os dois.
Criei histórias antes e depois do que existia escrito e até ousei ser parte dela.
E devo confessar que criei outro mundo em mim, como nunca havia feito. Claro que sempre criamos algo novo em nós ao ousar ler outro livro. Mas o que se deu em mim foi o amor às palavras como eu nunca senti, e esse blog é a mais real prova disso. Batizei nosso agarponi azul de Gaio.
E como "talvez seja a saudade a única ligação entre as coisas", que o que me levou a devorar toda a trilogia com tanto amor foi algo infantil que amadurecia em mim e também a saudade das páginas lidas com tantos sentimentos diferentes. E eu amei finais felizes. Justo eu.

Mo percebeu que sempre que lemos um livro ele fica mais grosso. São os sonhos que enterramos entre as linhas. Cornelia sabe que todo livro nos guarda do jeitinho que somos ali, em algum lugar entre as letras. Por isso que quando lemos um livro pela segunda vez, lemos também o nosso passado, ali, tão (in)visível... Nunca lerei Mundo de Tinta novamente. Não assim. E é disso que me despeço tão saudosa. Sabendo que daqui uns anos, quando esse eu estiver adormecido e outro eu tiver crescido, voltarei a ser eu, mas também colocarei o meu novo ser ali, ao tocar o Mundo de Tinta com os olhos.

Só queria dizer que amei Cornelia como nunca amei ninguém. Minha pequena bruxa, assim como Meggie. Conhecendo cada canto de mim.
Meu maior Delírio. (Assim. Com letra maiúscula.)
E que, como ela mesma diz, Dedo Empoeirado é o amante perfeito e mais amado que nunca tivemos.

Está aí o que escrevi em outra língua no fim do último dos últimos capítulos.
"Eu quero que você saiba, que não importa onde essa estrada der, alguém tem que abrir mão. E eu quero que você saiba, que você não poderia ter me amado melhor."
Você me escolheu naquela biblioteca, Funke. Obrigada por me dar um lar. Mãe.
Com  tudo o que tenho de melhor e ainda posso ter,
Adeus, Mundo de Tinta.
Eu... realmente... te amei.

18 de dezembro de 2011

Garotas ricas roubam,
as bonitas mentem,
as espertas se fazem de burras
e as burras passam seus dias tentando ser tudo isso.
(PLL)

17 de dezembro de 2011

Por que insistimos em ignorar isso?

 -Ela nos fazia acreditar que segredos nos mantinham unidas.
 -Mantêm. Mas segredos são feitos para serem revelados um dia.

(PLL)

14 de dezembro de 2011

De InkDeath para InkDeath.

"Sabe o que a gente deseja quando ama tanto um livro a ponto de querer lê-lo de novo e de novo? [...] A gente tem vontade de fazer parte dele, o que mais seria?"

6 de dezembro de 2011

"Talvez seja a saudade a única ligação entre as coisas"

Não importa o quanto se ouça "Você cresceu". O traço do meu nascimento continuará em relevo no íntimo da minha mãe.
Não importa que tênhamos mudado, aquela casa ainda tem desenhos alegres do meu pai debaixo da tinta na parede.
Não importa que o travesseiro não me pertença mais ou que a fronha tenha sido lavada. Ainda há marcas de lágrimas forrando os sonhos que couberam ali.
Tanto faz base, corretivo ou pó. Sempre terei uma cicatriz no olho que lembrará a culpa.
Toda limpeza não tira da escova o fio cor de rosa que conta sua história aos outros castanhos.
Não importa as vidas depois da sua. Marcas sempre estarão lá, recontando, recontando...