29 de agosto de 2011

Sobre fim de mês, recomeço de família e calor.

Uma noite quente que reuniu mães e filhos em jogos na mesa do lado de fora, primos na rede, divisão de comida gostosa. Contar estrelas brincando de fazer mapas entre elas. Bermudas, shorts curtos, pele, Brasil. Regar as plantas, regar a pele e rir da água rosa que desceu. Beijar o focinho molhado de quem sempre está com a gente. Enrolar do lado de fora para evitar de terminar um dia que será lembrado como noite.

Noite quente que vem com brisa que traz a saudade da família que era naquela praia, aquelas férias, sal no cabelo, areia na bunda e no sabonete.

Noites quentes guardam esse carinho não só porque sopram lembranças do que foi feliz, mas porque trazem novas felicidades.

26 de agosto de 2011

Antes uma pressa terrível para crescer. Foram se adiantando.

Agora somos só mais uma geração cansada de crescer tão rápido.

25 de agosto de 2011

Nada nos faz acreditar mais do que o medo, a certeza de estarmos ameaçados. Quando nos sentimos vítimas, todas as nossas ações e crenças são legitimadas, por mais questionáveis que sejam. Os nossos opositores, ou simplesmente os nossos vizinhos, deixam de estar ao nosso nível e transformam-se em inimigos. Deixamos de ser agressores para nos convertermos em defensores. A inveja, a cobiça ou o ressentimento que nos movem ficam santificados, porque pensamos que agimos em defesa própria. O mal, a ameaça, está sempre no outro. O primeiro passo para acreditar apaixonadamente é o medo. O medo de perdermos a nossa identidade, a nossa vida, a nossa condição ou as nossas crenças. O medo é a pólvora e o ódio o rastilho. O dogma, em última instância, é apenas um fósforo aceso.

Carlos Ruiz Zafón

24 de agosto de 2011

Mesmo dizendo que não haviam motivos pra se importar, eu me importei.

Confesso, fiquei muito chateada. Eu esperava gratidão, consideração ou, no mínimo, respeito. Mas acho que o respeito começou dentro de vocês. Então, obrigada por fazerem desse dia especial. Sem um sequer.

Quem fez questão estava. E não, não estava faltando ninguém.
Apenas uma pessoa, que tenho certeza que acordou pensando nele e quis, o tempo todo, estar lá para uma valsa de 16 anos.
Ela estava.
"Estar perto não é físico".

Quem se importou de verdade fez questão. E ele estava feliz (então pronto).
Porque hoje ele foi a pessoa mais importante de nossas vidas. Da minha. Então pronto.

22 de agosto de 2011

Se eu me quiser, não posso responder. Sobre palavras que não aguardo.

Aquele momento complicado entre passado quase magoado e perdão. Aquele momento cujo se é obrigado a pensar em tudo de novo, mesmo que não se goste, se quiser perdoar.
Cansa.
Aquele relativismo insistente que é preciso adotar.
E tudo é relativo... Tudo é relativo...(?)

Talvez eu acorde mais leve, sabendo que consegui. Talvez não seja dessa vez e eu perceba que ainda não é tempo de desculpar nenhum dos dois.

Perdão sempre foi devagar. É raro e bom quando acontece.

19 de agosto de 2011

um te amo meio torto

Mesmo que não faça sentido pra ninguém mais, é no "melhor abraço do mundo" que eu também sei do mundo acontecendo em volta dele, mas tudo parado no espaço quase inexistente entre nós, esse que a gente tenta suprir. E paramos o tempo, as pessoas, nossa voz, nossa respiração no ritmo das pulsações que juramos também parar.
E mesmo que pra você talvez eu não lembre mais, sempre vai ter essa coisa que me faz voltar sempre. Eu esperei até agora. Esperaria pra sempre. Ninguém compreende; e eu simplesmente sei.

Agora só morra até aprender a se amar suficientemente para se salvar.
E deixa eu ir embora quantas vezes eu precisar. Eu só preciso ser o mundo antes de voltar pra casa.

18 de agosto de 2011

Seus olhos carregando paixões, meu coração carregando crimes.
Tua boca dizendo poesia, meus lábios selando um silêncio sem complementos.
Nosso segredo nunca mais será completo.
E a verdade é um cobertor que nunca vai te cobrir por inteiro.

13 de agosto de 2011

Minha mãe disse que de todos, quem mais vai sentir sou eu.

Nosso filme diz que "nossas digitais não se apagam das vidas que tocamos". 

Por todo esse tempo eu fui egoísta. Eu achava que tudo seria meu pra sempre, que se entrou na minha vida, era pra ficar. Eu perdi uma vez; eu fui embora. E sei que não aprendi.
Agora veio tudo de uma vez: ele foi embora por culpa dela. Ela, por culpa dele. E agora que perdi mais um hoje, acho que aprendi a perder. Acho que já entendi que viver é um eterno morrer. Partidas doem tanto porque arrancam um pedaço de você para o outro levar.

Foi por você, há três meses, que eu rezei pela primeira vez esse ano. Pra pedir pra qualquer força que pudesse me escutar pra adiar o que vi hoje. E acho que concordo com minha mãe. Porque eu acendi uma vela. Por todas as promessas não cumpridas. Pela viela que viu uma amizade desenvolver e uma rua comprida que nos levou pra escola e te viu comigo todos os dias. Por um par de óculos escuros que tentou esconder um adeus ardido.

A música da minha banda favorita que tanto inspirou você no meu quarto agora é sua...
"Eu só espero que você saiba 
que se você disser adeus hoje
eu pediria que você fosse sincera
pois a parte mais difícil disso
é deixar você"

Erika, de todas as vezes que voltei sem meus amigos pra casa, essa foi a que voltei mais sozinha.

8 de agosto de 2011

Você é uma velocidade que eu não sei suportar. Aquilo que meus pulmões nunca vão acompanhar. Seus passos não são os meus.

Eu gostava de quando você sentava do meu lado pra falar de nós e mandava todo mundo que queria se aproximar ir embora.
Eu acho que isso acontece desde sempre. Desde que você chegou.
Talvez eu goste tanto de te ver porque gosto do impossível.

Sua foto lembra algo como saudade.
Seu sorriso, agora com os dentes não mais engaiolados, é cada vez mais bonito, e lembra algo como vontade.

Esse é meu segredo com o mundo: só você nunca vai saber o que faz comigo, como chorei do lado da tua casa quando me deixou pela primeira vez e como dá uma coisa estranha quando finjo que não ligo. Quando lembro de quando você voltou pra me lembrar de como era, que você ainda estava ali e impossível, como sempre. Pra me fazer olhar pro machucado de novo.
Voltou pra fazer sentir o que quase foi.
Depois ir embora sem satisfação; sem desculpas; sem mim.

2 de agosto de 2011

Bem-vindos de volta.

Foi pouco, mas sinto que foi suficiente. Passou (passou?) pouco no relógio, mas em mim passou demais.
E dos limites.

Não sei o que me levou a pensar que seria diferente dessa vez, que as pessoas seriam diferentes como eu, ou que eu não me importaria. Achei mesmo que isso tinha passado, cansado, ou que eu estava mais forte. Eu podia jurar que essa paranoia não era mais eu.
Eu achei mesmo que seria melhor. Pelo menos um pouquinho...

Voltar deveria ser doce, com gosto de missão cumprida.
Voltar é um peso necessário seguido de vontade de permanecer e nunca ter. Nunca precisar.

Chatear-se é só uma questão de 50 minutos.

Ficar é uma angústia pulsante, ir é motivo constante de mágoa.
Nos ensinaram a não revidar. Engolir, engolir.
Sempre voltamos mais cansados e com os sonhos mais pisados.
E todos os dias nos atacam pães e o pedaço fica mais dificil de engolir. Engolir, engolir.
Obrigada, hoje estou cheia.

"baby, don't talk to me, i'm trying to let go"

1 de agosto de 2011

"Não é a dificuldade que te vence. É a tua vontade."
Prof Rodolfo

(Tudo pra não desistir de um problema de matemática...)