18 de novembro de 2011

"O silêncio dos descobrimentos"

Seu rosto parecia angelical.
Quase apagado, sem graça.
Suas páginas faziam muito barulho.
Letras sabem falar.
Coube pena, coube origens, coube dois gatos.
Coube um amor e uma eterna esperança de 28 anos.
Coube vontades, um poço do vermelho, uma história onde não tinha história.
Coube a reinvenção de um Brasil inteiro.
Coube leituras das páginas tilintantes para dois garotos e risadas exageradas.
Coube minha avó e coube toda a saudade do mundo.
Engoli o livro num só dia.
Ele me chamou e me amou ao mesmo tempo que o amei incondicionalmente.
Eu o deixei com seu mundo feito de letras e traços.
Ele me deixou ir cheia de letras e traços no coração.
Ele está cheio de silêncio agora.
Eu estou cheia de descobertas.

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